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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. amanhã nunca se sabe: uma viagem possível

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

uma viagem possível

Este post pode parecer um pouco viajado, e quase fora da proposta editorial de falar sobre comunicação... Mas arrisco dizer que, ao final, será possível estabelecer uma clara ligação entre as novas tecnologias no jornalismo e uma nova maneira de se produzir arte.

Assisti o espetáculo Les Éphémères, da companhia francesa Théâtre du Soleil. Para um breve resumo do grupo, é importante dizer que eles fazem um trabalho constante há 43 anos, dirigidos por uma mulher maravilhosa, Ariane Mnouchkine. Uma brasileira, Juliana Carneiro da Cunha, compõe o elenco. A escola dramática deles é o realismo. De maneira beeeem simplória, eles fazem teatro como se a cena de fato estivesse acontecendo na vida, de modo naturalista.

É a primeira vez que o Soleil vem ao Brasil. Neste espetáculo, a duração surpreende: são mais de SETE HORAS de cenas belíssimas, voltadas à temática dos "momentos salvadores". São cenas do cotidiano, aparentemente banais, mas que guardam um sopro de vida genuína (com o perdão do excesso piegas).

Historicamente, o grupo sempre montou peças grandiosas, epopéias, tragédias nacionais e internacionais. Dessa vez, porém, eles se voltaram para o pequeno, o íntimo. Acredito eu (e aqui começa a minha viagem), que essa temática representa uma mudança de paradigma que estamos vivendo.

Globalização e digitalização são fenômenos que rompem barreiras. E a arte acompanha esses movimentos. Não importa mais a língua em que se fala (tudo em Os Efêmeros é dito em francês), o país em que se vive... Estamos todos ligados e, paradoxalmente, muito distantes. E é nesse momento que as pessoas se descobrem humanas.

(Pseudo)filosofia demais... Paro por aqui.

Mas, convenhamos, um pouco de arte só pode fazer bem àqueles que lidam com a palavra e a comunicação humana.

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