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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. amanhã nunca se sabe: abril 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Nunca se sabe o dia de amanhã. Comecei escrevendo sem pensar nesse nome simbólico deste diário moderno. Muito menos do que poderia eu, que me julgo despreocupado com as próximas horas, relatar sobre tal pensamento. Cada hipocrisia. Não se importar com a necessidade de realizar algo nos momentos mais pertos de nosso dedo é definhar.



Consumir-se. Necessariamente de maneira retrospectiva eu sou contra. Avanço minha cabeça, estranho não o ter feito antes de publicar uma matéria. Acho-me estranho a mim mesmo. Por isso que me lembro de uma experiência sonora expemplificadora do momento.



Disco Aqualung, da uma banda chamada Jethro Tull, lançado em 1971.





Ele não sabe como se tornou assim: esnobe de sua pobreza, feliz de sua miséria, contente em sua perversidade. Contraditório ao ser criado. Senti-me um pouco Aqualung quando pensei no que escrever sobre o dia do amanhã. Para a personagem, já que não existe Deus, forma bela de se arranjar o futuro, tudo pode acontecer. Mas, sem filosofias baratas, gosto do som e das letras que me fazem sentir tal como uma escultura inacabada: será conduzida à prosperidade com uma martelada majestosa do cinzel.

Formador de opinião

Apesar de ter vencido o Big Brother Brasil, a sorte de Diego Alemão não se repete quando o assunto é futebol. O ex-BBB foi ao Maracanã ver Flamengo e Vasco e o gol mil de Romário não saiu. E neste sábado o milionário viu o São Paulo ser eliminado no Campeonato Paulista pelo São Caetano, com uma goleada de 4 a 1.

As recordações de antes da fama também não são das melhores. - Já tomei tiro da polícia, sabe aquelas borrachadas? E meu amigo uma vez foi derrubado por um cavalo. Passei muito sufoco como torcedor. E neste jogo contra o São Caetano eu fui recebido com um abraço pelo policial. Irônico, né? - conta o ex-BBB.

Alemão ficou bastante decepcionado com a derrota do São Paulo.- Fui ao jogo do São Paulo como convidado da diretoria. Apesar do resultado, adorei conhecer os jogadores. Fui bem tratado por todo mundo. Conheci o Josué, o Souza, o Aloísio, e o Rogério Ceni. Fiquei triste que o São Paulo perdeu, mas futebol é assim mesmo, né? - lamenta Alemão, que ganhou uma camisa oficial do diretor de marketing do Tricolor, Júlio Casares.



E por aí discorre o novo criador de opiniões do Brasil. Foi oficializada na imprensa brasileira, principalmente de acordo com as mais suscetíveis ao popular, a opinião do nosso querido Diego Alemão, vencedor do famigerado Big Brother Brasil. Desde sua conquista, assim como qualquer time de futebol que levanta uma taça importante, ele ficou badalado: qualquer palavra é uma verdade, assim como um time campeão precisa entrar para ganhar.

O caso do time pode ser explicado pelo São Paulo. Time Campeão Brasileiro de 2006, neste ano o que aconteceu? Foi eliminado pelo São Caetano no Paulistão e não vai tão bem na Copa Libertadores. O que está sendo criticado? Não é a forma como o Tricolor perde, mas sim porque ele perde. Com Diego é a mesma coisa. Sua opinião não é questionada, o porque ele abre sua boca já é sabido. Seu nome traz Ibope.

Essa não é a única matéria do Globo Esporte que contou com a presença do ilustre herói brasileiro, que, incrivelmente, passou dos 15 minutos. Está durando e isso preocupa. Desde já declaro que sua personagem no BBB foi excelente, merecedora do prêmio; porém, ligar seu nome ao do povo do Brasil é perigoso. O medo que me aflige é este: aquele loiro, de cabelos arrepiados, é alemão e não tunipiniquim. Não há nada que nele se assemelhe à população do nosso país.

Por que esse estrangeiro em idéias, em situações e em pensamento caiu na nossa (sua ou deles) graça?

A história de 4 pré-jornalistas que tinham duas lições de casa

(ou: Filmar, editar, reportar)

Era uma bela tarde de quinta-feira, véspera de feriado. Os quatro amigos bem queriam se mandar para a praia/sítio/bosque/terranatal/casassimplesmente, mas não podiam.

Como dedicados estudantes de jornalismo, faltando menos de dois anos para se formarem, eles sabiam que era aquele o melhor horário para fazerem o trabalho de telejornalismo. E o trabalho tinha que ficar bom. Afinal, não se podia desperdiçar a oportunidade única: não é todo dia que adolescentes de 20 e poucos anos podem sair pela avenida paulista com um camera man profissional.

Então lá foram eles: uma produtora segurando metade das sacolas da repórter, procurando desesperada e simpaticamente -na medida em que é possível esses dois advérbios estarem juntos- por pessoas que quisessem dar seus depoimentos; um editor com a outra metade das sacolas da repórter, querendo a todo custo um-daqueles-fones-super-legais-que-o-outro-grupo-ta-usando e que filmassem-a-reporter-andando; um pauteiro ansioso para ver seus escritos pronunciados em frente a uma câmera, ao mesmo tempo em que ajudava a produtora na busca por entrevistados; e, finalmente, uma repórter estupidamente nervosa tentando decorar as 5 linhas de abertura e as duas perguntas da matéria sobre reality shows - "Por que você acha que as pessoas sentem tanta curiosidade em observar a vida dos outros?" "Você confia nos rrrrealhhlity shows?".

Até que foi mais rápido do que pensavam. Talvez a vontade louca por pegar a estrada o quanto antes tenha ajudado a jogar para segundo plano a vergonha de falar com pedestres desconhecidos. E talvez a felicidade de que no dia seguinte não trabalhariam tenha incentivado os pedestres desconhecidos a darem entrevistas para humildes estudantes. E talvez falar sobre big brother brasil em São Paulo seja algo bastante atraente. Bom, não importa! O ponto é que não tardou aos 4 amigos despedirem-se e ir cada um cuidar da própria vida. Mas isso só por uma semana e 4 dias...

Segunda-feira à noite. A Faculdade era um ambiente estranho para aqueles que estudam de manhã. E o estágio havia consumido toda a energia do editor e da repórter -e continuavam consumindo a da produtora e do pauteiro. Mas tinham que editar o material filmado na véspera do feriado. E tinha que ser JÁ, estava agendado havia semanas... Lá foram na salinha até então desconhecida, com um técnico/ajudante/editorprofissinal(?). Todas aquelas TVs, todos aqueles botões... É, editar não poderia ser tão chato. Um pouco trabalhoso, mas em duas horas estava tudo acabado. Deixas decupadas, ordem escolhida rigorosamente, fita etiquetada... casa!

Acabou? Só entregar? Que nada... Já ouviu falar em "interdisciplinaridade"?
O trabalho agora era de Novas Tecnologias. E está sendo, ainda não foi. É isto aqui. O blog. "Amanhã nunca se sabe". É essa a conclusão de nosso trabalho de reality show. Amanhã o trabalho pode ser melhor, amanhã pode dar erro, amanhã você vai querer se matar porque o trabalho ainda não acabou, amanhã até que você vai se empolgar com o trabalho. É... amanhã nunca se sabe.

sábado, 21 de abril de 2007

Voyeurismo

Voyeurismo
Datação1957
substantivo masculino

Acepções
1 Rubrica: psicopatologia.
desordem sexual que consiste na observação de uma pessoa no ato de se despir, nua ou realizando atos sexuais e que não se sabe observada; mixoscopia
2 Derivação: por extensão de sentido. forma de curiosidade mórbida com relação ao que é privativo, privado ou íntimo

Ex.: o v. invasor de alguns internautas

Etimologia
fr. voyeurisme (1957) 'id.'


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Considerando que são muitos os que justificam suas curiosidades "bobas" em observar a vida alheia como "voyeurismo", são muitos os que admitem possuir uma "desordem sexual".

Seria o mundo ocidental o mundo da Desordem Sexual???

O BBB 2007 fez um quadro especial chamado "BBB para maiores", emitido pela TV Globo de madrugada. Nesse quadro, eram exibidas cenas mais "quentes", desde nudez a sexo.
Foi, aliás, por causa desse quadro que a Globo atingiu recorde de audiência na madrugada do dia 23 de fevereiro.

Com base nisso, fica provado que centenas de brasileiros trocam programas jornalísticos e culturais, ou mesmo algumas preciosas horas de sono, para verem pessoas comuns brigando nuas. E não seria arriscado dizer que melhor ainda seria se essa briga fosse entre duas mulheres nuas, ou entre um casal que logo mais fará a paz em frente às mesmas câmeras.
É, de fato o brasileiro é um povo desorientado sexualmente.

Talvez a culpa seja do tabu que sempre foi na nossa sociedade se falar sobre sexo. Talvez a culpa seja das personas mal-resolvidas que são os indivíduos ocidentais.

A questão é: justificar o sucesso do Big Brother como voyeurismo pode ser mais ofensivo - ainda que provavelmente mais correto - do que afirmar que o "brasileiro é tudo burro", também uma resposta bastante ouvida durante o "Povo Fala - reality shows".

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Observatório da Imprensa

Não somos só nós que ficamos preocupados com as questões dos realyts shows.... Reinaldo César escreveu no site "Observatório da Imprensa", na seção TV em questão... Vale conferir...


BIG BROTHER Os porta-vozes da mediocridade
Por Reinaldo César em 10/4/2007
Após sucessivas semanas de um longo e extenuante processo do mega-julgamento composto por um júri popular que impressiona, 26 milhões de telespectadores encerraram a 7ª edição do Big Brother Brasil, na terça-feira (3/4), com o veredicto final (de quem?) favorável a Diego, o "Alemão".
Entre o êxtase e a loucura, o fato é que milhões de pessoas suspiraram com o fim de sua ansiedade e aflição, como que libertados de um cativeiro, pela vitória do escolhido. Os porta-vozes da mediocridade nos passaram a idéia de que vão sobreviver no pós-confinamento psicoemocional como (também) vencedores para, finalmente, se sentirem aliviados com o encerramento de um período que, virtualmente, os aprisionava.
Se há um argumento para a exaltação da mediocridade, isto é, para o enaltecimento da vulgaridade e da irrelevância de uma história artificialmente preparada, é que o significativo batalhão de votantes assim desejou se envolver e participar para ter parte na vitória, um mérito para qualificá-lo, a fim de igualar-se ao vencedor, afinal ninguém nesta vida quereria perder ou dar demonstrações de fracasso.
Esteiras do entorpecimento
Nesses tempos de Big Brother, em que milhões de pessoas são obrigadas a engolir uma programação qualquer, mesmo tendo à mão o controle remoto, já que a grande mídia não deixa de dar o recado sobre o assunto, a sociedade se vê a incorporar os sentimentos dos confinados, sentindo-se até um deles, e na obrigação de comentar e debater sobre quem deveria eliminar e quem deveria continuar na casa.
O canal do BBB tupiniquim faz novamente um arrastão e torna bem visível a mediocrização das pessoas, aprisionando-as em seus labirintos e alienando-as ainda mais na tentativa de fazer prevalecer suas iniciativas.
Não podemos descartar, no entanto, a validade do produto para sociólogos, psicólogos ou filósofos (e a quem possa interessar), que poderão fazer um estudo de caso ou uma releitura de processos como esse para o incremento da ciência. Todavia, as tolices e as paspalhices estão a raiar nos quintais do non sense.
Anestesiados, prostramos-nos diante de um "olho mágico" a insinuar o que devemos ser, ter e fazer para, assim, conduzir-nos nas esteiras do entorpecimento.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Sobre Vestidos de Noivas e BBBs

A novidade está nas bancas. Os BBBs vão casar, e as revistas de fofocas contam tudo sobre a cerimônia, os trajes que serão usados, os convidados. Os textos são mais ou menos assim...

Flávia Viana e Fernando Justin do BBB 7 já estão a mil com os preparativos para o casamento que deve sair em junho ou julho. O casal se conheceu na casa do BBB, e logo no início começaram a namorar. Agora, os ex-brothers mostram que o amor é pra valer, e até tatuaram as iniciais de seus nomes FF, Flávia na nuca e Fernando na marca da sunga. Sobre o casamento ele declarou: "Queremos muito que seja em junho ou julho, mas o tempo está muito corrido. Estamos até pensando em contratar alguém que ajude a gente (risos). Já posamos duas vezes como noivos para revistas e foi muito emocionante" .

Qual a relevância disso, nós pensamos, qual? É muita inutilidade. Mas vende, e vende bem. Prova de que existe muita gente interessada na intimidade da vida de pseudo-famosos. Mas, por quê? As pessoas da Avenida Paulista tentaram responder, muitas deram depoimentos pessoais de porque era interessante acompanhar os realitys shows. Curiosidade, entretenimento, falta do que fazer... muitos foram os motivos alegados.

Será que o público da internet pensa o mesmo? Por que você acha que os realitys shows fazem tanto sucesso? Você confia nos realitys shows?

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Patrine, estela patinante...ou algo assim.

antes de olharmos para as respostas curiosas das pessoas e perguntarmos o que cada um vê e acredita em um reality show, gostaria de pedir pra que você, afável leitor, olhasse pra dentro do seu cartãozinho de memória, aquele, dentro da sua cabeça e relembrasse comigo as aventuras da Patrine.
Era uma espécie de mini-Zorro-mirim-feminina. Um seriado japonês que passava na saudosa Manchete. Pouca gente se lembra e, se você lembrar, pode entrar no meu clubinho.

A PERFÍDIA DO TALVEZ

a postagem não tem nada a ver com o título não, só achei bonito pra inaugurar depois de uma semana de correrias sufocadas.
saímos com tirone para gravar. as pessoas não acreditam que o BBB é honesto. a maioria acha que é manipulado. adoram falar isso. mas assistem - é o desencanto do mundo.
as estrelas (de)cadentes imediatas do BBB precisam se apressar: o programa já acabou. daqui a pouco serão apenas uma impressão de brilho perdido. como um meteorito de plástico.