Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. amanhã nunca se sabe: Observatório da Imprensa

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Observatório da Imprensa

Não somos só nós que ficamos preocupados com as questões dos realyts shows.... Reinaldo César escreveu no site "Observatório da Imprensa", na seção TV em questão... Vale conferir...


BIG BROTHER Os porta-vozes da mediocridade
Por Reinaldo César em 10/4/2007
Após sucessivas semanas de um longo e extenuante processo do mega-julgamento composto por um júri popular que impressiona, 26 milhões de telespectadores encerraram a 7ª edição do Big Brother Brasil, na terça-feira (3/4), com o veredicto final (de quem?) favorável a Diego, o "Alemão".
Entre o êxtase e a loucura, o fato é que milhões de pessoas suspiraram com o fim de sua ansiedade e aflição, como que libertados de um cativeiro, pela vitória do escolhido. Os porta-vozes da mediocridade nos passaram a idéia de que vão sobreviver no pós-confinamento psicoemocional como (também) vencedores para, finalmente, se sentirem aliviados com o encerramento de um período que, virtualmente, os aprisionava.
Se há um argumento para a exaltação da mediocridade, isto é, para o enaltecimento da vulgaridade e da irrelevância de uma história artificialmente preparada, é que o significativo batalhão de votantes assim desejou se envolver e participar para ter parte na vitória, um mérito para qualificá-lo, a fim de igualar-se ao vencedor, afinal ninguém nesta vida quereria perder ou dar demonstrações de fracasso.
Esteiras do entorpecimento
Nesses tempos de Big Brother, em que milhões de pessoas são obrigadas a engolir uma programação qualquer, mesmo tendo à mão o controle remoto, já que a grande mídia não deixa de dar o recado sobre o assunto, a sociedade se vê a incorporar os sentimentos dos confinados, sentindo-se até um deles, e na obrigação de comentar e debater sobre quem deveria eliminar e quem deveria continuar na casa.
O canal do BBB tupiniquim faz novamente um arrastão e torna bem visível a mediocrização das pessoas, aprisionando-as em seus labirintos e alienando-as ainda mais na tentativa de fazer prevalecer suas iniciativas.
Não podemos descartar, no entanto, a validade do produto para sociólogos, psicólogos ou filósofos (e a quem possa interessar), que poderão fazer um estudo de caso ou uma releitura de processos como esse para o incremento da ciência. Todavia, as tolices e as paspalhices estão a raiar nos quintais do non sense.
Anestesiados, prostramos-nos diante de um "olho mágico" a insinuar o que devemos ser, ter e fazer para, assim, conduzir-nos nas esteiras do entorpecimento.

Nenhum comentário: